MEETING LADY OSCAR 40 ANOS – Matéria publicada no Nikkey Shimbun em 04/10/2012

FÃS DE BERUBARA SE REUNEM EM SÃO PAULO

Explicando a atração que dura 40 anos: “um mangá importante para a humanidade”

Para celebrar os 40 anos do mangá¡ feminino que ultrapassa gerações e continua sendo amado, a imortal obra-prima “A Rosa de Versalhes” (Berubara no decorrer do texto), a Abrademi – Associação Brasileira de Desenhistas de Mangá e Ilustrações realizou na Associação Mie Kenjin, o Meeting Comemorativo. Participaram aproximadamente 50 jovens fãs locais de Berubara, uma obra que mostra a vida da rainha Maria Antonieta e da personagem de trajes masculinos Lady Oscar ambientada na França da segunda metade do século 18. A autora Riyoko Ikeda começou a publicar o mangá na revista semanal Margaret em 1972, que se tornou animê após alguns anos e foi transformado numa peça do Teatro Takarazuka, que teve tanto sucesso que foi chamado de fenômeno social. No Brasil o mangá foi publicado em português (nota da tradução: isso não é verdade; nunca foi publicado até 2012).

No auditório do Meeting revistas publicadas na época e documentos foram expostos. Após cantarem a música do animê, Cristiane Sato, presidente da Abrademi, palestrou sobre o Fenômeno Berubara, explicando o segredo do sucesso.

Enquanto falava, a presidente Sato mostrou vídeos antigos do Japão, que mostram o pouco espaço disponível e a vida simples da sociedade japonesa, o que contrastava com a deslumbrante sociedade ocidental apresentada em Berubara. Assim as jovens japonesas teriam se apaixonado por aquele mundo imaginário.

“No Japão existem frases como “mulher tão bela que poderia ser um homem”, e a personagem Oscar foi a transferência da cultura transexual presente no teatro Kabuki e no Takarazuka”, disse ela.

Na época, o Teatro Takarazuka estava com a popularidade estagnada e recuperou seu fôlego com a peça Berubara. Trata-se do mangá que salvou Takarazuka e o sucesso foi tão grande que ao final da apresentação as fãs avançavam nos bastidores e até arrancavam pedaços das vestimentas” explicou, ilustrando o fervor da época.

Clara Barreto (20 anos), que veio ao Meeting vestida no estilo rococó, disse que sua famí­lia também é fã de Berubara. “Frequentemente penso: Se eu fosse Oscar, como eu resolveria isso? E tomo decisões”, disse ela. “Para a minha vida é um mangá muito importante”, falou Clara em japonês.

Thainá Vicária Santiago (21 anos) que aprecia o cosplay disse: “Quando leio Berubara sinto que estou dentro da vida de Oscar”.

No final houve a apresentação do desfile de membros da recém criada Associação de J-Fashion, liderada pela pioneira no estilo lolita no Brasil Akemi Matsuda. No desfile, foi apresentada a moda sub-cultural do Japão, como Gothic Lolita e Visual Kei. O publicou gostou da moda ligada ao mundo de Berubara e a presidente Sato disse: “Chegou a época de exportar ao mundo a moda europeia desenvolvida no Japão”, ilustrando a transformação que está ocorrendo. (abaixo o texto original em japonês)

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