Falece o mangá-ka Claudio Seto

Cláudio Shuji Seto Takeguma era um artista completo. Nascido na cidade de Guaiçara, interior de São Paulo, em 1944, passou sua infância e adolescência no Japão, recebendo treinamentos num templo zen budista. Depois, foi presidente do seinekai de Guaiçara, no interior de São Paulo, elegeu-se vereador em 1969 e foi presidente da Câmara Municipal daquele município.
Ainda na década de 60, começou a publicar história em quadrinhos na Editora Edrel de São Paulo, e ficou famoso pela grande produção, e por introduzir o mangá no Brasil. “Maria Erótica”, “O Samurai” e “Ninja, o Samurai Mágico” estão entre as suas criações da época. Chegou a produzir, dirigir e estrelar fotonovelas para a editora.
No final da década de 70, já residindo em Curitiba, foi editor da Grafipar, que se notabilizou por publicar quadrinhos nacionais, sendo responsável por lançar diversos autores novos em suas páginas, inclusive ele próprio desenhando no estilo mangá.  A Grafipar aproveitava uma brecha da rigorosa censura do governo militar, e publicava revistas de quadrinhos com tema adulto, sempre com uma pitada de erotismo. Havia a revista Eros, a Neuros (terror erótico), etc.
Cláudio Seto, como era chamado, foi mestre e representante oficial da seita Zenchi na América do Sul. Ele próprio, um artista múltiplo, dedicou-se à cultura do Bonsai, Haiku, Shodô, Kendô, Kyudô e Kadô, além de pintar quadros a óleo bastante requisitados no Paraná. Escreveu livros sobre a imigração japonesa no Paraná. Participou como ator de dois filmes de curta-metragem e diversos comerciais, dentre eles, do Bamerindus. Fora isso, colaborou com artigos sobre cultura e lendas japonesas nos jornais: Nippo-Brasil, Paraná Shimbun, O Estado do Paraná, Tribuna e Planeta Zen. Foi também um ativo promotor cultural da coletividade em Curitiba. Além disso tudo, era funcionário da Secretaria da Cultura. Este ano, ele foi homenageado no Sesc Pompéia, recebendo o Troféu HQ Mix, pela criação do personagem Samurai (título de sua revista), cuja imagem foi reproduzida no próprio troféu desse ano, pelo artista Olyntho Tahara.
Cláudio Seto foi conselheiro da Abrademi, Associação Brasileira de Desenhistas de Mangá e Ilustrações, na época de sua fundação em 1984, e depois foi presidente da unidade Paraná da Abrademi.
Seto faleceu dia 15/11/2008, às 10h30, em Curitiba, sendo seu corpo velado na Praça Japão e enterrado no Cemitério Nova Orleans.

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